quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A VISÃO DO POLICIAL

A vivência do policial é importante na hora de fazer escolhas, pois cada escolha traz consequências. Há as consequências previsíveis e as inimagináveis. Mas as consequências, oriundas das escolhas, comporão a imagem que a sociedade faz do policial e da instituição que representa. Há uma série de filmetes no canal Youtube, intitulada “Ameriquest Mortgage Company Hilarious Series of Commercials”, disponível no link  <https://www.youtube.com/watch?v=6nhbjUS_oCg>.

Os filmetes demonstram ser preciso fazer escolhas adequadas (nem sempre certas ou erradas, mas adequadas), as quais afetarão nossa imagem como pessoas, profissionais e integrantes de uma organização, que será igualmente afetada pela percepção dos indivíduos acerca da adequação de nossas escolhas para a imagem de quem representamos. Os filmetes são propagandas da Ameriquest Mortgage Company, os quais apresentam uma situação inusitada de impacto ao final, tal qual a que encontraríamos numa cena de provável crime, por exemplo. Rodado todo o vídeo, demonstra-se que na eventualidade de se presenciar apenas a cena final, a situação tida como errada, ilícita ou suspeita, não passa de um desdobramento de um evento cotidiano comum, cercado de circunstâncias que levaram àquele “pré-conceito” inicial.

A moral da história é que não devemos nos impressionar com a primeira cena, em especial o policial, o qual tem o dever de relatar o fato real e não uma impressão fragmentada dele. Esse cuidado evita muitos mal-entendidos que podem gerar constrangimentos e prejuízos consideráveis para pessoas inocentes. Como exemplo prático, há alguns anos a direção de uma escola infantil paulista, Escola Base, foi acusada de participação em pedofilia, apurando-se, depois, que as acusações eram infundadas. O delegado foi induzido pelo sensacionalismo da imprensa.

É comum em entrevistas com pessoas do povo o fato de externarem preconceitos acerca da conduta policial, especialmente quando se discute a diferença de abordagem de idosos, mulheres, gestantes e homossexuais, assim como de adolescentes do sexo masculino e do feminino.
Independentemente das condições pessoais do abordado, o policial deve ter uma conduta uniforme? Nem sempre, pois na hipótese de uma gestante, um idoso e outros casos de pessoas com mobilidade reduzida, por exemplo, a abordagem deve ser diferente, em função do respeito que devemos ter para com as circunstâncias especiais que essas pessoas enfrentam. Naturalmente a diferença de abordagem não pode induzir uma abordagem mal feita. Apesar de a ataraxia ser um valor a ser cultuado pelo policial, a condição da pessoa deve ser levada em conta no momento da abordagem. Exemplo: uma gestante que resista nunca poderá ser dominada, algemada e conduzida da mesma forma que um homem adulto sóbrio e saudável.

O filme “A troca”, por exemplo,  estrelado por Angelina Jolie, aborda a ideia da responsabilidade ética pelos nossos atos, pois o filme demonstra a falta de preparo, a preguiça e o comprometimento político dos policiais envolvidos, os quais não medem esforços para impor sua versão dos fatos. Não é incomum no ambiente policial se eleger um suspeito que se adeque ao perfil do infrator, passando-se a buscar provas para incriminá-lo, em desatendimento à observação do princípio da busca da verdade real. 

Como é variável a capacidade de compreensão da comunicação, conforme a percepção do receptor, num grupo é necessário que haja uniformidade de conceitos, para que a comunicação seja bem compreendida. É comum a utilização de linguagem por códigos no meio policial, como o alfabeto fonético internacional, a linguagem Q e, nas ações táticas, os comandos por gestos. Assim, é essencial que a mensagem seja “clara, precisa e concisa”, na medida do possível, ainda que transmitida por códigos não unívocos. A exata compreensão das ordens e comandos permite que a ação policial seja correta. Exemplos de ações desastradas temos no caso do Ônibus 174 – de cuja história foi feito um filme homônimo – e do trágico Caso Eloá.

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