A VISÃO DO POLICIAL
A vivência
do policial é importante na hora de fazer escolhas, pois cada escolha traz
consequências. Há as consequências previsíveis e as inimagináveis. Mas as
consequências, oriundas das escolhas, comporão a imagem que a sociedade faz do
policial e da instituição que representa. Há uma série de filmetes no canal
Youtube, intitulada “Ameriquest Mortgage Company Hilarious Series of
Commercials”, disponível no link
<https://www.youtube.com/watch?v=6nhbjUS_oCg>.
Os filmetes demonstram ser preciso fazer escolhas adequadas
(nem sempre certas ou erradas, mas adequadas), as quais afetarão nossa imagem
como pessoas, profissionais e integrantes de uma organização, que será
igualmente afetada pela percepção dos indivíduos acerca da adequação de nossas
escolhas para a imagem de quem representamos. Os filmetes são propagandas da Ameriquest Mortgage Company, os
quais apresentam uma situação inusitada de impacto ao final, tal qual a que
encontraríamos numa cena de provável crime, por exemplo. Rodado todo o vídeo,
demonstra-se que na eventualidade de se presenciar apenas a cena final, a situação
tida como errada, ilícita ou suspeita, não passa de um desdobramento de um
evento cotidiano comum, cercado de circunstâncias que levaram àquele
“pré-conceito” inicial.
A moral da história é
que não devemos nos impressionar com a primeira cena, em especial o policial, o
qual tem o dever de relatar o fato real e não uma impressão fragmentada dele.
Esse cuidado evita muitos mal-entendidos que podem gerar constrangimentos e
prejuízos consideráveis para pessoas inocentes. Como exemplo prático, há alguns
anos a direção de uma escola infantil paulista, Escola Base, foi acusada de
participação em pedofilia, apurando-se, depois, que as acusações eram
infundadas. O delegado foi induzido pelo sensacionalismo da imprensa.
É comum em entrevistas
com pessoas do povo o fato de externarem preconceitos acerca da conduta
policial, especialmente quando se discute a diferença de abordagem de idosos,
mulheres, gestantes e homossexuais, assim como de adolescentes do sexo
masculino e do feminino.
Independentemente das
condições pessoais do abordado, o policial deve ter uma conduta uniforme? Nem
sempre, pois na hipótese de uma gestante, um idoso e outros casos de pessoas
com mobilidade reduzida, por exemplo, a abordagem deve ser diferente, em função
do respeito que devemos ter para com as circunstâncias especiais que essas
pessoas enfrentam. Naturalmente a diferença de abordagem não pode induzir uma
abordagem mal feita. Apesar de a ataraxia ser um valor a ser cultuado pelo
policial, a condição da pessoa deve ser levada em conta no momento da
abordagem. Exemplo: uma gestante que resista nunca poderá ser dominada,
algemada e conduzida da mesma forma que um homem adulto sóbrio e saudável.
O filme “A troca”, por
exemplo, estrelado por Angelina Jolie, aborda a ideia da responsabilidade
ética pelos nossos atos, pois o filme demonstra a falta de preparo, a preguiça
e o comprometimento político dos policiais envolvidos, os quais não medem
esforços para impor sua versão dos fatos. Não é incomum no ambiente policial se
eleger um suspeito que se adeque ao perfil do infrator, passando-se a buscar
provas para incriminá-lo, em desatendimento à observação do princípio da busca
da verdade real.
Como é variável a
capacidade de compreensão da comunicação, conforme a percepção do receptor, num
grupo é necessário que haja uniformidade de conceitos, para que a comunicação
seja bem compreendida. É comum a utilização de linguagem por códigos no meio
policial, como o alfabeto fonético internacional, a linguagem Q e, nas ações
táticas, os comandos por gestos. Assim, é essencial que a mensagem seja “clara,
precisa e concisa”, na medida do possível, ainda que transmitida por códigos
não unívocos. A exata compreensão das ordens e comandos permite que a ação
policial seja correta. Exemplos de ações desastradas temos no caso do Ônibus
174 – de cuja história foi feito um filme homônimo – e do trágico Caso Eloá.
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