PROBLEMAS DE LINGUAGEM
Todo mundo já deve ter experimentado alguma situação constrangedora em
razão de algum elemento implícito da linguagem, falada ou escrita, não ter sido
percebido pelo interlocutor. Passando de situações como mal-entendido a vergonha,
ocorre que nem sempre é fácil evitar tais gafes.
Quanto ao tema, ocorreu-me algo
semelhante: falei para minha mulher certo dia, que ela estava “ajeitada”, que
na linguagem da gente do interior, significa bem vestido, bem arrumado,
ajambrado. O próprio dicionário Aurélio dá como sinônimo de ajambrar, arrumar,
ajeitar. Não deu outra, fui mal compreendido. Mas expliquei-lhe o significado e
ela hoje já se comporta a jeito.
Independentemente do caso
pessoal, creio que a regra simples para ser bem compreendido é aquela existente
em qualquer manual de redação: ser claro, preciso e conciso.
A clareza evita a obscuridade, a
dificuldade de compreensão pelo interlocutor, o que pode ser obtido pela fuga
do linguajar rebuscado, uso demasiado de estrangeirismos, jargões e aquela
conversa cheia de “nove horas” que nada diz. O exemplo sempre citado pelo
colunista Elio Gaspari, do jornal Folha de S. Paulo é a correção que seu
personagem, Madame Natasha, faz das falas mirabolantes de políticos e
intelectuais.
A precisão consiste no uso do
vocábulo certo para designar a ideia que queremos transmitir, sob pena de
incorrermos em ambiguidades decorrentes da polissemia (vários significados para
a mesma palavra).
Concisão é transmitir o máximo
possível de informações com o mínimo possível de texto, segundo o princípio da
economia linguística. Ou seja, nada de conversa “cerca Lourenço”. E aí deixo
uns exemplos de linguagem figurada.
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