sexta-feira, 4 de setembro de 2015

LIDERANÇA E INTERAÇÃO

   Creio que seja possível a mudança no estilo de liderança. Penso que há líderes natos que têm determinado estilo e sequer percebem isso. Pode ser que uma série de contingências, contextos ou variáveis façam com que o estilo desse líder se amolde, quase por acaso, à condição dos liderados ou a outros fatores que facilitem a liderança.
   Mesmo esse líder nato, porém, pode “educar” sua liderança, adaptando-a às situações adequadamente. Nesse caso tal adaptação só pode-se dar mediante interação com os liderados. Aliás, a percepção da liderança de alguém é própria dos liderados. Então, se o líder não busca essa interação, jamais saberá qual seu estilo de liderança, sequer se é considerado líder e muito menos saberá adaptar-se para que o estilo de liderança varie na conformidade da necessidade do grupo, imposta pelas 
   Já o líder que “se construiu” tem esta percepção muito clara, de forma que tem como padrão de conduta a interação, senão não se teria tornado líder. Para ele, porém, a adaptação é mais fácil. Ocorre que o líder nato não “adota” determinado estilo. Ele “possui” esse estilo em decorrência de seu caráter, sua personalidade, donde a dificuldade em exercer outros papéis. A liderança aprendida pressupõe, portanto, que o líder é uma pessoal flexível e adaptável às diferentes situações. Isso não significa, contudo, que o líder nato não possa aperfeiçoar sua liderança e tornar-se um líder completo. Se ele tem essa consciência e decide aperfeiçoar a liderança, pode ocorrer de obter sucesso mais facilmente que um esforçado gerente que não tenha os atributos do líder.
   Talvez o estilo de liderança democrática possa se aplicar a todas as situações. A bidimensional (autocrática e democrática) é um tipo de liderança bastante flexível, ora tendendo para um ora para outro estilo. Desta forma, não pode ser aplicada a todas as situações, a não ser com a adaptação necessária a cada uma. Pode ser que uma liderança “interativa” seja a ideal, aquela em que o líder se adaptaria à situação, sempre, interagindo com os liderados, como o meio ambiente, com a situação etc.
   No tocante às lideranças autocrática e liberal, simplesmente, cada uma está no extremo dos enfoques nos processos e nas pessoas, ou, noutra dimensão, no controle rígido ou na falta total de controle.
   Então, vejo que a liderança democrática é a que mais se amolda à aspiração das pessoas, de serem tratadas com respeito e consideração. É claro que uma liderança essencialmente democrática, sem pitadas de autoritarismo ou liberalismo pode trazer algumas consequências indesejáveis ao líder. Isto é, a perda do controle quando deveria ter sido mais rígido e não foi, ou o inverso, o comprometimento da influência que exerce no grupo quando deveria ter sido mais liberal.
   A própria característica da liderança democrática, de ouvir e estimular a participação dos liderados, dá uma noção de que esse estilo de liderança implica um líder mais transigente e, portanto, mais apto a decidir com acerto nas mais variadas situações.

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