LIDERANDO E MOTIVANDO
Discordo um pouco quando dizem que não existe dom
para liderar e motivar. Acho que é tudo uma mescla, de influência genética
(dom), do caráter transmitido pelos pais, da personalidade adquirida em contato
com o meio e, concordo num ponto, das oportunidades aproveitadas (porque há as
que passam).
Não acredito que o líder seja nato, mas que algumas
pessoas tenham um perfil para liderar, resultado do somatório acima sugerido.
Mas creio que seja possível aprender a liderar. Chefiar, qualquer um pode; mas
liderar, não. Mesmo a chefia, porém, pode ser boa ou ruim. Assim, muitas vezes
ficamos sujeitos a um chefe que o é só por razão hierárquica, mas nada entende
de chefiar uma equipe.
Chefiar é convencer alguém a seguir seu comando;
liderar é convencer alguém a comungar de suas ideias. Para isso é preciso não
só ter ideias, mas arrastar os liderados pelo exemplo. Pois, se a palavra
convence, o exemplo arrasta.
Um bom chefe se impõe pela competência. Um líder,
pelo carisma. Geralmente o bom chefe pode ser estranho, mas um bom líder quase
sempre é oriundo do meio. Tanto um bom chefe quanto um bom líder enfrentam,
porém, dificuldades oriundas da cultura organizacional.
Essa cultura será tão mais prevalecente para a
desagregação quanto menos a empresa ou órgão investir nos seus recursos
humanos. E vice-versa.
Talvez o estilo de liderança democrática possa se
aplicar a todas as situações. A bidimensional (autocrática e democrática) é um
tipo de liderança bastante flexível, ora tendendo para um ora para outro
estilo. Desta forma, não pode ser aplicada a todas as situações, a não ser com
a adaptação necessária a cada uma. Pode ser que uma liderança 'interativa' seja
a ideal, aquela em que o líder se adaptaria à situação, sempre, interagindo com
os liderados, como o meio ambiente, com a situação etc.
No tocante às lideranças autocráticas e liberal,
simplesmente, cada uma está no extremo dos enfoques nos processos e nas
pessoas, ou, noutra dimensão, no controle rígido ou na falta total de controle.
Então, vejo que a liderança democrática é a que
mais se amolda à aspiração das pessoas, de serem tratadas com respeito e
consideração. É claro que uma liderança essencialmente democrática, sem pitadas
de autoritarismo ou liberalismo pode trazer algumas consequências indesejáveis
ao líder. Isto é, a perda do controle quando deveria ter sido mais rígido e não
foi, ou o inverso, o comprometimento da influência que exerce no grupo quando
deveria ter sido mais liberal.
A própria característica da liderança democrática,
de ouvir e estimular a participação dos liderados, dá uma noção de que esse
estilo de liderança implica um líder mais transigente e, portanto, mais apto a
decidir com acerto nas mais variadas situações.
"Quase todos os homens são capazes de suportar
adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe
poder". (Abraham Lincoln)
"O poder corrompe, o poder absoluto corrompe
absolutamente”. (Lord Acton)
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