Linguagem culta versus linguagem coloquial
Vejo com apreensão a forma como os jovens estão se
comunicando nas redes sociais e por mensagens de texto. Ainda que tentem
justificar pela rapidez da comunicação síncrona nesses meios (como a nossa é
assíncrona, levamos vantagem), o fato é que vão se acostumando a uma maneira de
escrever e sentem dificuldades para redigir textos mais elaborados.
Mas seria só a pressa devido à falta de tempo, que acomete a
todos? Seria preguiça, pois quem não gosta de ler, também não tem paciência
para escrever? Acho que é um pouco de cada coisa mais um pouco de falta de vontade
de aprimorar-se constantemente, o que requer atenção contínua.
Às vezes percebemos uma mesma pessoa escrever a mesma
palavra num só texto, de duas formas diferentes. Isso demonstra que a atenção
na forma como se escreve conta muito mais do que decorar a análise sintática.
E, como alguém disse antes, a leitura é o caminho mais curto
para aprimorar a compreensão. Entender a etimologia, grande aliada da boa
escrita, bem como treinar a escrita, além, é claro, de buscar sempre novos
conhecimentos de língua portuguesa (aprendemos alguma coisa a cada dia), são,
aliados à leitura, os instrumentos suficientes para o necessário
aperfeiçoamento.
Com certeza, o desafio é tanto maior quanto mais a pessoa
esteja afastada do hábito da leitura e da escrita. Alguns têm o privilégio de
trabalharem redigindo, o que facilita muito. Quem não tem essa facilidade deve
se esforçar para adquirir o hábito da leitura, que ajuda muito no processo da
escrita.
É preciso, então, ler todos os dias, não só as placas e
avisos, mas algum texto elaborado: jornal, livro, internet, e-mail.
Quanto à impessoalidade nas comunicações oficiais, é uma
característica essencial, como princípio constitucional da Administração
pública, que é por onde se trocam ou se divulgam tais comunicações.
A regra dos três princípios resume tudo: clareza, precisão e
concisão. Um texto oficial deve seguir esses princípios, além daquele da
impessoalidade, assim como as normas em geral. Para a boa compreensão, mesmo
das normas, a que ninguém é dado o direito de alegar desconhecimento, requer um
mínimo de compreensão dos destinatários, isto é, toda a população.
Donde a necessidade de alguma uniformização segundo a norma
culta, pois se fosse tão livre o escrever quanto o falar, os textos legais
ficariam incompreensíveis.
Enfim e antes de tudo, é preciso contextualizar o
falar e o escrever em relação ao destinatário, o ambiente e o momento.
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